Síndrome de Dumping

24 de Janeiro de 2016

Síndrome de Dumping

A síndrome de dumping é caracterizada pela passagem rápida dos alimentos sólidos e líquidos do estômago para o intestino. Os sintomas mais comuns são: cefaléia, taquicardia, tremor, sudorese, náuseas, fraqueza e diarréia. Geralmente ocorrem devido a rápida absorção de glicose, após a ingestão de carboidratos; principalmente alimentos com elevado teor de açúcar (doces em geral, leite condensado, mel, chocolates, geléias, refrigerantes, dentre outros), por pacientes submetidos a cirurgias bariátricas. Estes sintomas podem ser precoces ou tardios.

Precoce: ocorre em até 30 minutos. O conteúdo hiperosmolar da dieta alcança a luz intestinal de forma muito rápida. Isso desencadeia uma translocação de fluídos para a luz intestinal, ocasionando uma resposta vaso-vagal, que se manifesta com taquicardia, sudorese, sensação de morte, sonolência, etc. O uso de açúcares neste paciente piora o quadro.

Tardio: ocorre após 2 horas. Após o alimento alcançar o intestino e ser absorvido, o pâncreas produz uma grande quantidade de insulina, o que leva o paciente a apresentar o quadro de hipoglicemia. O tratamento neste caso é realizado a base de açúcares.

Por não ser uma doença, e sim um resultado de uma alteração física da função de armazenamento do estômago e desvio intestinal presentes principalmente em algumas técnicas de cirurgia bariátrica, a síndrome de dumping não tem cura e pode acompanhar o paciente por toda a vida.

Não é correto dizer que todos os pacientes submetidos a cirurgias gástricas e cirurgias bariátricas terão a síndrome de dumping; não existe uma regra e nem uma lista de quais alimentos desencadeará os sintomas. Somente após a cirurgia, e após a ingestão de alimentos mais suscetíveis, é que saberemos da sensibilidade maior ou não para o aparecimento dos sintomas. A grande maioria dos pacientes aprendem a conviver com o dumping, e passam a evitar os alimentos que lhes são menos favoráveis.

Os pacientes com sinais frequentes de dumping devem ser tratados com modificações dos hábitos alimentares: evitar o consumo de açúcar e doces em geral, fracionar a alimentação em aproximadamente 6 refeições por dia (com baixo volume), não ingerir líquidos durante as refeições (devendo o consumo ocorrer 1 horas antes e 1 hora após a refeição), aumentar o consumo de fibras e mastigar bem os alimentos. Como o consumo de carboidratos deve ser restrito, é necessário aumentar o consumo de proteínas, para suprir a necessidade energética. Em alguns casos a suplementação de fibras pode auxiliar no controle dos sintomas.

Tabela de alimentos recomendados e alimentos que devem ser evitados:

Grupo Alimentar

Alimentos Recomendados

Alimentos a evitar

Pão, cereais, arroz e massas

Pães moles e fatiados, arroz e massa, biscoitos sem recheio

Pães duros ou com sementes; biscoitos amanteigados

Hortaliças

Cozidas ou em puré de legumes

Folhosas, cruas e formadoras de gases como brócolis, abóbora, couve-flor, pepino e pimentão

Frutas

Cozidas

Cruas, em calda ou com açúcar

Leite, Iogurte e queijo

Iogurte natural, queijos e leite de soja

Leite, achocolatados e milkshakes

Carne, aves, peixe e ovos

Peixes cozidos e assados, moídos, desfiados

Carnes duras, empanadas e gemada com açúcar

Gorduras, óleos e açucares

Azeite e gorduras vegetais

Xaropes, alimentos com açúcar concentrado como marmelada.

Bebidas

Chá, água e sucos sem açúcar

Bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos com açúcar

Por: Anna Carolina Accioly - Nutricionista 

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