Amamentação X Gases no Lactente

13 de Outubro de 2015

Quais alimentos evitar quando tiver amamentando?

As cólicas são o problema mais preocupante dos bebês. Causam choros, desconfortos e normalmente levam as mamães também ao desespero. As cólicas são um sintoma que pode estar por trás de formação de gases, indigestão, refluxo e até prisão de ventre no bebê. E o que muitas mulheres notam, e os profissionais de saúde também, é que muito do que a mulher ingere também pode influenciar no bem-estar de seu filho, quando ele está na fase da amamentação" Não há uma comprovação científica, existem vários estudos falando de alguns alimentos, mas nada realmente provado.

O melhor é comer de maneira variada e saudável durante a amamentação, não ingerir vários alimentos “suspeitos” na mesma refeição e observar o comportamento do bebê. Caso tenha ficado uma dúvida, tente ingerir este alimento separado e observe o seu filho em um outro dia. Veja se a reação que foi atribuída ao alimento ocorreu novamente. Alguns alimentos podem causar reações no início da amamentação, mas depois de uns meses não apresentarem o mesmo efeito, por isso devem ser novamente experimentados.

Ocorrência maior de reações nos bebês com a ingestão de determinados alimentos. São eles:

LEITE: A proteína do leite de vaca é muito diferente do nutriente do leite materno e no organismo do bebê pode causar uma série de dificuldades, como aumento dos movimentos do intestino (o chamado peristaltismo) e da formação de gases, que se traduzem em cólicas. "Mesmo o bebê não ingerindo diretamente a proteína do leite de vaca através de fórmulas infantis, ele recebe de forma indireta através do leite materno"

CHOCOLATE: Esse é o item da lista que tem menor estudo científico, mas o que a maioria das mães observa como causa de cólicas nos lactentes. "É necessário um consumo excessivo desse alimento para que este seja considerado causador de irritabilidade ou de cólica no bebê". Provavelmente a relação está nas proteínas do leite, também encontradas no chocolate e pode haver uma ligação com a pequena quantidade de cafeína presente na guloseima. 

LEGUMINOSAS: Feijões, lentilha, ervilha, vagem, soja, entre outras, são alimentos que contêm alguns tipos de carboidratos que não são absorvidos em nossa digestão, e por isso tendem a fermentar no intestino. Se a microbiota intestinal da mãe não estiver tão boa, essa fermentação será maior e pode ser passada para o bebê através do leite, o que causa mal-estar ao pequeno. Por isso, vale a mãe experimentar reduzir esse item também e testar os resultados

CRUCÍFERAS: Vegetais como brócolis, couve, repolho e couve-de-bruxelas, acabam passando seu sabor para o leite. "Isso permite que desde muito cedo que o bebê se acostume com o paladar dos alimentos e isso não tem nenhuma influência negativa para ele", Porém, eles também podem causar gases na mãe, por conterem enxofre em sua composição e essa propriedade pode ser passada ao bebê também. A lactante não deve exagerar em temperos e condimentos sem antes saber quais são as reações do seu filho a determinados sabores.

CARNE VERMELHA: As carnes vermelhas também passam por um processo de digestão mais lento do que outros alimentos. Caso a microbiota intestinal, popularmente conhecida como flora intestinal, da mãe esteja desregulada, as bactérias ruins podem até fermentar essa carne, causando desconfortos abdominais para ela e passando isso para o bebê. "Porém não existe evidência documentada que esse alimento possa influenciar nas cólicas",

CAFEÍNA: Aqui a culpa é da cafeína, logo também engloba alimentos como chá-verde, erva mate e chá inglês. Esse composto não causa realmente uma cólica, mas seu efeito atrapalha o bem-estar do bebê. "Por ser estimulante, pode gerar agitação na criança, resultando em choros, o que as mães confundem com esse problema", Portanto, é sempre recomendado para a mãe em período de amamentação que reduza esses itens, ao menos para testar se a digestão do bebê melhora sem elas. 

Além de observar esses cuidados em especial, a lactante precisa cuidar bem da alimentação no geral, como lembrar-se de incluir muitas proteínas na dieta e ingerir muitos líquidos, para produzir bastante leite. "Dando sempre preferência a produtos não industrializados (água, água de coco, sucos naturais) e realizar as refeições saudáveis com regularidade e tranquilidade. Os industrializados devem ser evitados, apesar de não haver evidências de que eles se relacionem com mal-estar intestinal do bebê. Alimentos que mais frequentemente causam alergia em bebês são: leite e seus derivados, trigo, frutas cítricas, milho, nozes, avelãs, amendoins, amêndoas e mariscos. Para evitar tais reações, a lactante deve evitar todos os alimentos que causem alergia nela mesma, no pai do bebê e estar atenta às reações do recém-nascido.  No caso de reações evidentes, a nutriz deve cortar o consumo dos referidos alimentos e receber orientações específicas acerca da substituição deste alimento ou grupo de alimentos por outros.

Não há razão para iniciar uma dieta para perder o peso adquirido durante a gravidez enquanto a mãe está amamentando. Isto pode comprometer a produção do leite materno e prejudicar a nutrição do bebê. Além disso, o ato de amamentar faz perder calorias e ajuda no emagrecimento materno.

Mães vegetarianas devem consultar um nutricionista e adequar a sua dieta para o período do aleitamento, para que não deixem de ingerir as vitaminas e os minerais necessários a ela e ao bebê.

Medicamentos, fumo, bebidas alcoólicas ou outras drogas não combinam com a amamentação e devem ser evitados

Adoçantes e alimentos diet ou light pois ainda não existem estudos que comprovem que não faz mal para a saúde do bebê.

 

Obs: Persistindo os sintomas, não deixe de procurar o pediatra e a nutricionista.

Por: Anna Carolina Accioly - Nutricionista

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