Consequências da Obesidade

17 de Agosto de 2015

Obesidade e suas consequências

Atualmente, cerca de 35% da população brasileira é composta por obesos, dos quais cerca de 2 milhões são classificados como "obesos mórbidos". A obesidade mórbida é definida como excesso de peso corporal que, de tão elevado grau, pode contribuir com o surgimento de doenças ou condições que prejudicam a boa saúde e a vida de seus portadores. Um indivíduo é considerado obeso mórbido quando seu índice de massa corporal (IMC)* é maior que 40.

A obesidade pode causar várias doenças, como: Doenças cardiovasculares - o excesso de gordura acumulada nas artérias pode levar ao aparecimento de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e ataque cardíaco. Além disso, pode contribuir para o aumento dos triglicerídeos e do colesterol e para o desenvolvimento ou agravamento de varizes; Complicações metabólicas - o excesso de peso contribui para um maior risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 e gota; Problemas respiratórios - geralmente o paciente obeso devido à grande quantidade de gordura tem dificuldade em respirar e fica cansado facilmente e, pode apresentar apneia de sono; Complicações no aparelho urinário e reprodutor - a mulher obesa pode ter amenorreia, que é a ausência da menstruação, produção excessiva de pelos no queixo, costas e barriga e até mau funcionamento dos rins. No homem é comum o surgimento de incontinência urinária de esforço e infertilidade; Desgaste dos ossos e articulações: o excesso de peso pode levar ao desgaste precoce das articulações da coluna, dos joelhos e tornozelos, havendo maior risco de desenvolver hérnias e maior chance de quedas e fraturas; Surgimento de câncer: a má alimentação leva ao aumento do risco de desenvolver, no homem, câncer colo-retal e câncer da próstata e, na mulher, câncer de mama, do endométrio, do ovário e das vias biliares.

Os indivíduos com obesidade mórbida, que é quando tem IMC igual ou superior a 40, têm ainda maior risco de desenvolver estes problemas de saúde e por em risco a vida.

Consequências psicológicas e sociais da obesidade

Devido ao excesso de peso, a pessoa obesa tem tendência a isolar-se dos colegas e amigos pois tem baixa auto-estima, permanecendo muito tempo em casa sem conviver com familiares.

Além disso, por vezes, a pessoa com obesidade sofre de discriminação na rua e no trabalho por parte dos outros indivíduos, tendo maior dificuldade em arranjar um emprego, por exemplo.

Em casos mais graves, a pessoa com obesidade pode sofrer de depressão e pode ter que tomar remédios para ajudar a diminuir o peso e a curar a depressão.

Tratamento para obesidade

Os tratamentos para a obesidade devem ser orientados por um nutricionista e tem por base uma mudança no estilo alimentar, porém em alguns casos é necessário se recorrer a remédios ou cirurgias para emagrecer.

Além disso, é essencial a prática regular de exercícios físicos.

Vários tratamentos têm sido propostos para combater a obesidade. Ao longo das três últimas décadas, várias modalidades de cirurgia foram propostas visando a perda de peso até que, nos dias atuais, algumas poucas técnicas foram consagradas por apresentarem resultados mais seguros, apesar de ainda terem suas limitações e inconvenientes. Dentre eles, as técnicas cirúrgicas para redução de peso, também conhecidas como cirurgias bariátricas (cirurgias para redução de estômago) tem sido utilizadas.

É importante ressaltar que essas cirurgias não passaram a ser a modalidade de tratamento preferencial da obesidade em geral e sim uma alternativa para o tratamento dos casos de obesidade mórbida, nos quais os métodos convencionais de tratamento (tratamento nutricional, comportamental, aumento da atividade física e uso de medicamentos que auxiliem na perda de peso) não se mostrarem suficientes.

Além disso, essas cirurgias possuem contra-indicações nos casos de pessoas portadoras de pneumopatias graves (como enfisema avançado ou embolias pulmonares de repetição), insuficiência renal, lesão acentuada do miocárdio (pós um infarto extenso, por exemplo), cirrose hepática, distúrbios psiquiátricos, dependência de álcool e/ou de drogas.

São aprovadas no Brasil quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica e metabólica (além do balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico): 

Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”)

Estudado desde a década de 60, o bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial.

Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.

Uma curiosidade: a costura do intestino que foi desviado fica com formato parecido com a letra Y, daí a origem do nome. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica.

Banda gástrica ajustável

Criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gástrica ajustável representa 5% dos procedimentos realizados no País.

Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso (20% a 30% do peso inicial), o que também ajuda no tratamento do diabetes.

Um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago, que aperta mais ou menos o órgão, tornando possível controlar o esvaziamento do estômago.

Gastrectomia vertical

Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml).

Essa intervenção provoca boa perda de peso, comparável à do bypass gástrico e maior que a proporcionada pela banda gástrica ajustável.

É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão e de doenças dos lípides (colesterol e triglicérides).

Derivação Biliopancreática

É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.

O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Criada em 1978, a técnica corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda de 40% a 50% do peso inicial. 

 

Terapia auxiliar – Balão intragástrico


Reconhecido como terapia auxiliar para preparo pré-operatório, trata-se de um procedimento não cirúrgico, realizado por endoscopia para o implante de prótese de silicone, visando diminuir a capacidade gástrica e provocar saciedade.

O balão é preenchido com 500 ml do líquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, será expelido na cor azul pela urina.

O paciente fica com o balão por um período médio de seis meses. É indicado para pacientes com sobrepeso ou no pré-operatório de pacientes com superobesidade (IMC acima de 50 kg/m2)

O pós operatório da cirurgia bariátrica exige cuidados alimentares fazendo primeiro uma dieta líquida e depois uma dieta pastosa, passando para a alimentação sólida apenas 30 dias após a cirurgia.

Além disso, após a cirurgia é fundamental tomar os suplementos alimentares que o médico indicar para evitar a queda de cabelo e o enfraquecimento das unhas, por exemplo.

Recomendações Nutricionais para perda de peso do Obeso

1- Evite no seu cardápio, as frituras, carnes gordurosas, carne de porco e seus salgados, vísceras de animais, maionese, creme de leite, pastelarias, biscoitos amanteigados, chocolates.

2- Prefira carnes magras (sem gordura aparente, pele e escamas, no caso de peixes e aves) e faça as seguintes substituições: leite integral por semi-desnatado ou desnatado, queijos amarelos por Minas ou ricota, sorvetes cremosos por sorvetes de fruta (picolé), gema de ovo pela clara do ovo.

3- Modere no açúcar ou substitua-o por adoçante. Evite alimentos concentrados em açúcar como balas, refrigerantes, tortas e bolos.

4- Evite temperos e molhos industrializados (caldos concentrados, extratos de tomate, molho shoyo, catchup, entre outros).

5- Modere na quantidade de sal na alimentação.

6- Evite consumir bebidas alcóolicas.

7- Não use banha de porco. Prefira os óleos vegetais como óleo de milho, girassol, entre outros.

8- Dê preferência aos alimentos integrais (arroz, pães, farinhas, biscoitos, entre outros).

9- Consuma alimentos naturais em substituição aos industrializados.

10- Cultive o hábito de consumir diariamente frutas, vegetais folhosos crus e legumes.

11- Utilize para temperar sua comida cebola, alho, suco de limão, azeite extra virgem, vinagre ou ervas.

12- Beba bastante água diariamente ( 1,5 a 2,0 L ).

13- Respeite os horários das refeições, mantendo períodos regulares entre elas, não “beliscando” durante os intervalos. O ideal é alimentar-se de 3/3 horas, ou 6 refeições/ dia.

14- Mastigue bem os alimentos.

15- Realize exercícios físicos regulares e evite o sedentarismo, sempre com orientação de seu médico.

16- Evite o stress, por isso: evite levar trabalho para casa; não trabalhe em horários de refeição; durma diariamente 6 a 8 horas, de preferência à noite; procure realizar atividades de relaxamento e lazer; divirta-se.

LEMBRE-SE: O MAIS IMPORTANTE É COLOCAR TUDO ISSO EM PRÁTICA !!!  

 

Por: Anna Carolina Accioly - Nutricionista              

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