Diverticulose X Diverticulite

21 de Julho de 2015

Doença Diverticular X Diverticulite

A diverticulose é um quadro clínico comum no qual pequenas bolsas se formam projetando-se para fora do cólon (intestino grosso) por pressão exercida em pontos frágeis da parede intestinal. Essas pequenas bolsas se chamam divertículos. Quando elas infeccionam ou inflamam, o quadro clínico passa a se chamar diverticulite.

Se um desses divertículos infeccionados se rompe, a infecção pode espalhar-se por todo o abdome. Isso é conhecido como peritonite e pode representar um perigo de vida.

Qual é a causa da diverticulose?

Acredita-se que uma dieta pobre em fibras e prisão de ventre sejam as causas da doença diverticular. Essa enfermidade começou a ser notada quando alimentos processados, com baixo teor de fibras, foram introduzidos na dieta americana. Desde então, a doença diverticular tornou-se comum em países desenvolvidos, tais como os Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, onde dietas pobres em fibras são comuns. Uma dieta pobre em fibras resulta em prisão de ventre. Com ela ocorre a dificuldade de evacuar fezes endurecidas, o que faz o cólon exercer mais pressão para empurrá-las adiante. O aumento de pressão, com o tempo, faz com que pontos frágeis do cólon se projetem para fora da parede intestinal, formando divertículos. Acredita-se que a causa da diverticulite esteja no acúmulo de fezes e bactérias que ficam presas nos divertículos. A diverticulite pode desenvolver-se de repente e sem sintomas prévios.

Quais são os sintomas?

Diverticulose:

• Pode não haver nenhum sintoma

• Cólicas leves

• Distensão / inchaço abdominal

• Prisão de ventre

• Sangramento pelo reto

Diverticulite:

· Dor abdominal, cólicas, vômitos, Sensibilidade em torno do lado esquerdo do abdome

· Sintomas de infecção: febre, enjôo, vômito, calafrios

Quais são as complicações da diverticulite?

A diverticulite pode resultar em sangramento, infecções, abscessos, perfuração (rasgos / rupturas do cólon), peritonite (infecção de todo o abdome) e/ou obstrução intestinal. Essas complicações são graves e devem ser tratadas imediatamente.

Como se faz o diagnóstico da diverticulose e diverticulite?

O médico fará um levantamento do histórico de saúde e realizará um exame médico, solicitando exames diagnósticos na mesma ocasião. Se os sintomas forem brandos, tais como inchaço / distensão abdominal, cólicas leves e prisão -de ventre, talvez sejam solicitados exames tais como colonoscopia, sigmoidoscopia ou enema de bário. Todos esses procedimentos possibilitam ao médico “ver” o cólon internamente. Se os sintomas forem mais graves, talvez o médico prefira não realizar um dos procedimentos mais invasivos acima mencionados. Em lugar deles, talvez solicite exames comuns de radiografia e tomografia abdominal para determinar o grau de inflamação do cólon antes de tentar algum procedimento endoscópico mais invasivo.

Como se faz o tratamento da diverticulose e da diverticulite?

Para diverticulose, o médico poderá recomendar um aumento tanto de líquidos como de fibras na dieta a fim de reduzir a prisão de ventre e o potencial da diverticulite. Uma dieta rica em fibras, juntamente com maior quantidade de líquidos, poderá ajudar a manter as fezes moles e diminuir a pressão exercida dentro do cólon, de modo que o conteúdo intestinal possa avançar mais facilmente.

O tratamento da diverticulite poderá incluir antibióticos, uma dieta limitada a líquidos claros para descansar o cólon, e a minimização das complicações. Caso esse tratamento não seja bem sucedido, ou se a crise de diverticulite for grave, o médico poderá aconselhar cirurgia para remover a parte afetada do cólon. Uma cirurgia de emergência é realizada quando existe algum abscesso, ruptura, infecção, hemorragia ou obstrução.

Orientação Nutricional para doença diverticular:

Retirar alimentos com sementes que não podem ser removidas como, por exemplo, quiabo, jiló, berinjela, kiwi, morango, entre outros. Aqueles que possuemsementes que podem ser retiradas devem ser usados, como por exemplo, goiaba, melancia, vagem, ervilha, tomate, entre outros;

ü  Não utilizar alimentos com sementes de gergelim e linhaça inteiras;

ü  Preferir o consumo de produtos integrais, como arroz, pães biscoitos;

ü  Legumes e verduras (crus sempre que possível) devem ser 
consumidos como: aspargo fresco, espinafre, chicória, repolho, brócolis, 
couve-flor, aipo, cenoura crua e couve – de - bruxelas;

ü  Frutas, sempre que possível com a casca e o bagaço, também devem 
ser consumidas como: laranja, pera, tangerina, caqui, mamão e 
ameixa;

ü  Evitar o consumo dos alimentos constipantes como: maçã, banana prata, caju, goiaba, limão, maisena, creme de arroz, mucilon de arroz, chá preto, refrigerantes, arroz, cenoura cozida, batata (todos os tipos), aipim, farinha de mandioca, pães brancos e massas;

ü  Sempre que possível utilize o farelo de aveia ou de trigo para polvilhar frutas ou acrescentar em iogurte ou suco de frutas;

ü  É aconselhável ingerir pouca carne vermelha, preferindo as carnes brancas (peixes e aves);

Importante ingerir bastante líquido durante o dia (em torno de 1,5 a 2 litros por dia ou 5 a 6 copos de 200 ml).

Orientação Nutricional para diverticulite:

Evitar:

Sementes de alimentos (pães e biscoitos com gergelim, quiabo, tomate, goiaba, abobrinha, pepino, uva, kiwi, maxixe, berinjela, abobrinha, jiló, maracujá, vagem, melancia);

Alto consumo de gorduras (contração do músculo liso do cólon):

Leite/iogurtes integrais, creme de leite, queijo prato, parmesão, manteiga, frituras, biscoitos recheados, temperos prontos (cubos concentrados ou em pó), lingüiça, mortadela, salame, massas ao molho branco e com queijo, maionese;

Alimentos flatulentos: brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, pepino, repolho, pimentão, abacate, melancia, melão e uva;

Açúcares e doces concentrados;

Alimentos que causem cólicas ou desconforto.

   

        

 

 Por: Anna Carolina Accioly - Nutricionista

 

 

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