HIPERCOLESTEROLEMIA
O colesterol é componente essencial das membranas estruturais de todas as células e também do cérebro e células nervosas. É encontrado em altas concentrações nos tecidos glandulares e no fígado, onde é sintetizado e armazenado. Além disso, o colesterol é precursor dos hormônios esteróides, dos ácidos biliares e da vitamina D.
Apesar da importância relevante do colesterol em diversas funções orgânicas, o aumento plasmático de seus níveis tem ocasionado sérios problemas à saúde da população em geral, e mais recentemente a elevada prevalência deste problema na população em geral, até mesmo em crianças, tem se mostrado preocupante. As dislipidemias estão entre os mais importantes fatores de risco da doença cardiovascular aterosclerótica, integrando o conjunto das doenças crônico-degenerativas com história natural prolongada.
A hipercolesterolemia é caracteriza pelo aumento do colesterol total circulante no sangue e pode ser associada à obesidade, alta ingestão de alimentos ricos em colesterol, baixa ingestão de fibras devido a alimentação inadequada ou ainda ser um problema de ordem genética, manifestado por maior produção endógena de colesterol.
Estudos epidemiológicos têm demonstrado ocorrer um incremento linear na mortalidade, decorrente de doença coronariana, com aumento dos níveis séricos de colesterol total em jovens adultos, que se acentua quando associados a outros fatores de risco.
As dietas com ingestão excessiva de colesterol e pobre em frutas, legumes e verduras, são normalmente associadas a ocorrência de hipercolesterolemia. Outro fator considerável nos dias de hoje é o sedentarismo, que com o avanço da tecnologia tem se tornado cada vez mais freqüente na infância. Adultos e crianças passam longas horas no computador ou televisão, deixando de praticar atividades físicas e aumentando a probabilidade de serem obesas e apresentarem dislipidemias.
O que é colesterol bom e colesterol ruim?
O colesterol não percorre o nosso sangue sozinho, pois por ser uma gordura, não é solúvel no sangue. Ele sempre está acompanhado das chamadas lipoproteínas, entre as principais, as que chamamos de colesterol ruim e colesterol bom.
- LDL-colesterol: chamada também de colesterol ruim. Ela transporta cerca de 70% do colesterol encontrado no sangue. Devido à suas características, a LDL-colesterol em excesso se deposita na parede dos vasos sanguíneos, formando placas de gorduras. Essas placas impedem a passagem de sangue e modificam as paredes dos vasos, levando ao desenvolvimento das doenças coronarianas. Por isso, o desejado é que essa lipoproteína esteja presente em pequenas quantidades no sangue. O nível de LDL-colesterol sangüíneo tido como ótimo é menor do que 100 mg/dL.
- HDL-colesterol: é o conhecido colesterol bom. A fama vem da sua função de retirar o colesterol ligado à LDL do sangue e levá-lo ao fígado para ser metabolizado. A HDL faz uma faxina, retirando o que é ruim do sangue. Por isso, quanto maior o nível de HDL no sangue, melhor. Nível elevado de colesterol bom é um fator de proteção e, por isso, não está relacionado com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. É desejado taxa de HDL-colesterol maior ou igual a 60 mg/dL.
Triglicérides: mais uma gordura que merece destaque:
Os triglicérides são um tipo de gordura que estão relacionados com o aumento do colesterol ruim (LDL-colesterol). Por isso, muitas pessoas que estão com a taxa de triglicérides elevada, também possuem taxa de colesterol alta.
O excesso de triglicérides no sangue, normalmente, é acompanhado de sobrepeso ou obesidade, vida sedentária, alta ingestão de bebidas alcoólicas e uma alimentação rica em carboidratos. O excesso de calorias, álcool e açúcar no sangue são convertidos em triglicérides. Por isso, uma dieta controlada em carboidratos, restrita em gorduras ruins, o combate ao excesso de peso e aumento da atividade física devem ser incentivados. A taxa de triglicérides normal no sangue é a quantidade menor do que 150 mg/dL.
Importância da fibra na dieta:
Dietas ricas em fibras têm sido claramente associadas à diminuição do risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, independente do consumo energético, de gordura ou outros fatores que afetam a dieta. A ingestão de fibras ajuda a diminuir os níveis de colesterol sangüíneo, uma vez que este nutriente diminui a absorção da gordura no intestino. O mecanismo dessa ação é que as fibras ligam-se aos ácidos biliares, levando assim a um aumento na degradação do colesterol e da excreção pela via dos ácidos biliares.
Dicas de como reduzir o colesterol
1) Dê preferência às carnes com baixos teores de gordura. Isso porque a gordura de origem animal aumenta as concentrações de colesterol e LDL no sangue
2) Escolha carnes brancas (peixe e aves sem pele) e cortes magros de carne vermelha, diminuindo, assim, a ingestão de gordura saturada e colesterol
3) Coma peixes marinhos pelo menos uma vez por semana. Eles atuam na fabricação de substâncias que protegem o coração
4) Fuja das gorduras aparentes, como picanha e bacon
5) Massas do tipo croissant devem ser evitadas, porque levam muito óleo na receita
6) Troque o leite integral pelo desnatado, que tem menor teor de gordura
7) No café da manhã, escolha requeijão light e iogurte desnatado
8) O queijo amarelo é bem mais gorduroso que o branco. Prefira o segundo
9) Na hora da sobremesa, dispense aquelas muito calóricas e gordurosas, do tipo torta de chocolate com chantilly
10) Evite comer doces com alta concentração de carboidratos que podem provocar aumento temporário de triglicérides e diminuição de HDL
11) Evite o consumo de frituras, reduzindo o valor calórico da sua dieta. Consumir calorias acima das necessidades piora o perfil lipídico
12) Alimentos grelhados, assados ou cozidos são as melhores opções
13) Aumente a ingestão de vegetais crus (folhas). Eles são compostos por fibras, que ajudam a diminuir a absorção do colesterol e das gorduras. De quebra, melhoram o funcionamento do intestino
14) Outra sugestão para aumentar o consumo de fibras é incluir cereais integrais, como o arroz integral e aveia, no cardápio
15) Prefira as frutas aos doces calóricos. É saudável: tem mais fibras e menos calorias
16) A gema de ovo deve ser restringida. Isso porque é rica em colesterol
17) Diminua o consumo de maionese e de molhos a base de gemas
18) Para o preparo dos alimentos, prefira óleo vegetal à gordura animal (ou saturada)
19) Sempre que puder utilize azeite. É uma gordura monoinsaturada, que ajuda a manter o nível de colesterol nos eixos
20) Evite a gordura hidrogenada (apesar de ser vegetal, é prejudicial devido ao processo industrial de solidificação a que é submetida: injeção de nitrogênio). O ideal é usar os poliinsaturados: óleo de milho, de girassol, de canola e de oliva
21) Procure fracionar sua alimentação. Faça cinco refeições ao dia, em local tranqüilo e mastigando bem os alimentos. Assim você presta atenção no que se come
22) Não fume. Mesmo não sendo responsável direto pelo aumento do nível de colesterol, o cigarro é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares
23) O controle do consumo de sal e de alimentos ricos em sódio é necessário nos casos de hipercolesterolemia (excesso de colesterol) associada à hipertensão, que também aumenta as chances de desenvolver problemas cardiovasculares
24) Fique atenta ao seu peso. Pessoas obesas tem maiores níveis de LDL e menores de HDL e são mais propensas às doenças do coração
25) Faça exercícios. Manter uma atividade física constante melhora a saúde em geral. Queima calorias, contribuindo para a perda de peso, aumento do HDL e diminuição dos triglicérides (gordura no sangue). Além disso, é uma boa forma de mandar o estresse para bem longe, uma vez que ajuda a produzir substâncias que causam sensação de bem-estar.
Taxa sangüínea de colesterol total
Desejada: menor de 200 mg/dL
Limite: de 200 a 239 mg/dL
Elevado: 240 mg/dL ou mais
Taxa de LDL-colesterol (colesterol ruim)
Ótimo: menor do que 100 mg/dL
Próximo do ótimo: de 100 a 129 mg/dL
Limite: de 130 a 159 mg/dL
Alto: de 160 a 189 mg/dL
Muito alto: 190 mg/dL ou mais
Taxa de HDL-colesterol
Desejável: 60 mg/dL ou mais
Taxa de triglicérides
Normal: menor de 150 mg/dL
Limite: 150 a 199 mg/dL
Alto: 200 a 499 mg/dL
Muito alto: 500 mg/dL ou mais
Por: Anna Carolina Accioly - Nutricionista
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