Dietas “low carb”: Como Funciona?

07 de Julho de 2016

Dietas “low carb”: pensando fora da caixinha

Quando se pensa em emagrecimento a conduta preconizada há décadas, pela maioria das pessoas, aborda estratégias como restrição de calorias e dieta com baixo teor de gorduras (“low fat”). Mas será que esse tipo de abordagem é realmente válido e eficaz?

Claro que apresenta resultados na perda de peso, senão não seria utilizado até hoje, mas pensando na melhoria da saúde geral, pode até ser que funcione para um determinado grupo de pessoas. Porém, aqueles que são obesos, estão com sobrepeso, tem síndrome metabólica ou diabetes, este percentual de carboidratos (50 a 60% das calorias totais) é considerado perigoso nos dias de hoje.

Sendo utilizado como estratégia comum ao redor do mundo, as dietas de restrição calórica são extensivamente estudadas e o que se vê é que são praticamente inúteis contra muitas doenças, e ineficientes quando se trata de recomposição corporal com alta qualidade. Ou seja, simplesmente não funciona como teoricamente acredita-se ou é dito que funciona.

Em contrapartida, 

 

Esse tipo de dieta também tem melhor adesão, em comparação com as de restrição calórica e low fat, provavelmente porque elas não requerem restringir calorias. Se pensa muito mais na qualidade do alimento em si do que somente na quantidade. Segundo os estudos recentes a dieta low carb é a estratégia mais saudável, eficaz, fácil e de boa adesão para promover o emagrecimento e reverter doenças metabólicas.

Sabe-se que a perda de peso rápida que acontece nos primeiros dias da dieta low carb é, na sua maioria de água, mas estudos indicam que ela também causa reduções expressivas de gordura corporal (especialmente do fígado e da região abdominal) e não interfere no processo de desenvolvimento muscular.

Com a restrição de carboidratos, a resposta insulínica é menor e quando os níveis de insulina caem, os níveis corporais de sódio e água também diminuem. Esse é um dos principais motivos pelo qual o corpo reduz drasticamente inchaços e retenções em apenas alguns dias de low carb. E essa é uma das razões pela qual as pessoas apresentam alguns efeitos colaterais como fadiga, dores de cabeça, tontura e até mesmo constipação.

E qual seria a restrição para que se considere uma dieta low carb?

Não existe uma definição clara do que exatamente constitui uma dieta low carb. Geralmente é classificada como algo menor do que 30% das calorias totais, o que consiste em uma margem de 50 a 150 gramas de carboidrato por dia. Uma dieta bem montada deve ser pobre em carboidrato, rica em gordura e moderada em proteína, uma vez que a proteína em excesso é metabolizada em glicose.

Existem algumas vertentes para as dietas ditas “low carb”, mas não podemos confundir com a dieta cetogênica, a qual é baseada no princípio de redução drástica do consumo de carboidratos. Isso se dá para que um mecanismo fisiológico chamado cetose seja ativado, fazendo com que o corpo utilize primariamente as gorduras como fonte de energia.

As dietas cetogênicas tradicionais e restritivas, são estruturadas com cerca de 70 – 75% das calorias totais provenientes de gorduras, 20% de proteínas e apenas 5% de carboidratos. Entretanto, tais valores podem variar, podendo chegar a 12% de carboidratos e ainda assim permanecer em cetose, dependendo do indivíduo.

Durante uma alimentação cetogênica, o corpo se torna mais eficiente em utilizar gorduras como fontes de energia. Esse tipo de dieta apresenta inúmeras propriedades benéficas, sendo utilizadas no tratamento de diabetes, doenças neurológicas, câncer e fatores de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias.

O que se vê é que a dieta cetogênica tem sido comprovadamente usada como estratégia terapêutica para epilepsia, e tem sido estudada como cofator para tratamento do câncer, e doenças cerebrais como Alzheimer, apresentando resultados promissores. Porém, sua difícil adesão devido ao conturbado processo de adaptação, a monotonia da alimentação, e a obrigatoriedade de ser aplicada por um curto tempo, torna sua prática, algo não muito sustentável.

Claro que estar em cetose não é uma obrigatoriedade para o emagrecimento e ingerir 30g de carboidrato ou menos por dia é de um extremismo contrário a proposta da alimentação saudável. Os praticantes restringem alimentos como grãos, raízes, doces, cereais e até algumas frutas. Por isso, deve ser utilizada como um recurso para algum tratamento específico e observado seu real benefício.

Para entrar em cetose e/ou colher todos os benefícios da dieta low carb, apenas cortar/reduzir os carboidratos não é suficiente. Como sempre falo por aqui nada é milagroso e não deve ser feito de qualquer jeito.

A palavra-chave continua sendo individualidade!

A dieta que funciona para uma pessoa não necessariamente irá trazer os mesmos resultados para outra. Tudo deve ser discutido e orientado por um profissional para que os objetivos sejam alcançados sem prejudicar a saúde.

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