Jejum intermitente: Será a solução?

27 de Junho de 2016

Nesse mundo de inúmeras promessas de emagrecimento rápido e fácil, ainda conseguimos manter as vertentes com algum embasamento que auxiliam nesse processo.

O jejum intermitente (intermittent fasting) é um dos temas mais discutidos no mundo do emagrecimento e ganhou muitos adeptos nos últimos anos, uma vez que as pessoas acham mais fácil de seguir do que as tradicionais restrições calóricas. Além disso, se tornou mais popular depois que saiu reportagens de artistas e famosos que usaram esse método para perder peso.

Mas o que é o jejum intermitente? É o nome dado ao estilo de alimentação que alterna períodos de jejum com períodos de alimentação.

Baseado no princípio que o jejum é algo comum na nossa história e que nosso organismo é capaz de funcionar sem alimentos por longos períodos de tempo, uma vez que nossos ancestrais caçavam o que comiam e, por isso, tinham períodos de abundância e períodos de pouco ou nenhum alimento, o jejum intermitente tenta trazer para a atualidade uma alimentação onde não nos preocupamos com a quantidade ingerida e sim com o momento em que serão realizadas as refeições.

Além disso, estudos tem mostrado que comer de 3 em 3 horas pode não ser a melhor estratégia para a perda de peso, pelo menos não para todos os indivíduos, e seria possível otimizar a perda de gordura comendo menos refeições, sendo utilizado o jejum intermitente como uma dessas estratégias.

Alguns estudos evidenciam que este método torna a restrição calórica mais fácil e tem vários benefícios: acelera o metabolismo, aumenta a sensibilidade à insulina, regula a pressão arterial e leva a uma otimização hormonal, além de melhorar a cognição, humor, e está associado ao aumento da longevidade.

Mas o que o jejum faz para ser essa maravilha?

Ao praticar o jejum, você naturalmente acaba fazendo menos refeições, levando automaticamente a uma redução no consumo de calorias. Além disso, altera os níveis hormonais no seu corpo de forma a facilitar a perda de peso, tornando a gordura armazenada disponível para as células,

Existem alguns protocolos para o jejum intermitente, sendo os mais populares:

Protocolo Leangains ou Método 16/8

Consiste em um período de jejum de 16 horas e uma janela de alimentação de 8 horas, na qual podemos nos alimentar em 2 a 3 refeições sem restrição de quantidade.

Para as mulheres é mais recomendável um período de jejum de 14 horas, com uma janela de 10 horas.

É o método mais popular pois para seguir basta não fazer o desjejum e parar de comer após o jantar. A janela de alimentação poderia ser feita no horário de 12h as 20h, por exemplo, e o jejum seria realizado, na sua maioria, dormindo.

Protocolo Eat-Stop-Eat (Coma-Pare-Coma)

Esse envolve períodos de jejum de 24 horas uma ou duas vezes na semana.

É mais difícil, uma vez não são muitas pessoas que conseguem ficar sem comer por um dia inteiro, e a tendência é tentar compensar o que não comeu no período de alimentação, não trazendo nenhum benefício.

Para o período de adaptação, não é necessário começar com as 24 horas de jejum, podendo iniciar com 14 a 16hs e ir aumentando.

Protocolo 5:2

É o método no qual a alimentação é normal em 5 dias da semana e nos outros dois a restrição calórica é de 500 (mulheres) a 600 calorias (homens).

Esses dois dias não devem ser sequenciais e as refeições podem ser divididas em 2, respeitando a restrição.

Porém, com esse protocolo não existe um dia de jejum efetivamente, e os estudos ainda são muito prematuros para assegurar a sua eficácia de emagrecimento com os benefícios propostos do jejum intermitente.

Além desses, ainda existem outros protocolos de jejum que necessitam de maiores estudos e não são tão populares como os acima.

Jejum em dias alternados (a cada dois dias) – Requer não comer qualquer alimento ou uma restrição de 500 calorias nos dias de jejum, mas torna o método mais difícil de manter por conta do jejum ser mais frequente. “Dieta do guerreiro” (jejum durante o dia e uma grande refeição a noite) – Consiste em se alimentar de pequenas porções de frutas/vegetais crus durante o dia e ter uma janela de alimentação de 4 horas para realizar uma grande refeição.

Entretanto, não podemos esquecer que o jejum intermitente auxilia no emagrecimento porque diminui a ingestão calórica, ou seja, não adianta fazer o período de jejum e na janela de alimentação comer o que tiver pela frente! É necessário seguir uma alimentação equilibrada, com restrição de carboidratos simples e maior consumo de proteína para que o efeito desejado seja alcançado.

Também precisamos ressaltar que os estudos sobre o jejum intermitente ainda são muito novos e com um “n” muito pequeno, o que nos mostra que os resultados a longo prazo dessa prática ainda são desconhecidos.

Claro que o jejum intermitente mostra resultados positivos em alguns casos, mas devemos encará-lo como mais uma ferramenta que podemos ou não utilizar. Esse método, como todos os outros, não serve para todos os indivíduos e não é a solução milagrosa que acabará com todos os nossos problemas.

Pessoas com baixo peso, ou que tenham histórico de distúrbios alimentares, gestantes e crianças não são pessoas aptas para esse método. Na verdade, alguns estudos apontam que as mulheres não se beneficiam tanto quanto os homens com o jejum intermitente, por isso devem ter mais atenção aos sinais do organismo.

Por isso não vamos sair por aí fazendo jejum sem antes saber como o nosso organismo está, se a saúde está em dia e se somos aptos a esse método. Sempre procurem orientação de um profissional para que auxilie em todo o caminho para alcançar o seu objetivo.

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